14 de dezembro de 2018
Adlelmo Marcelino de Miranda foi um notável comerciante. Proprietário de uma das primeiras casas comerciais de Miguel Calmon, vendia de tudo, era um verdadeiro magazine, além de um grande criador de gado. Militante do PSD – Partido Social Democrático, tinha as suas influências políticas no município. Filho de João Marcelino de Miranda e Deocleciana Rosa de Miranda, teve como irmãos Manoel Francisco e Leonídia. Tenho nos meus pertences duas cartas escritas por ele. Nas linhas de uma delas está escrito: “Canabrava, 24 de setembro de 1814. Meu querido pai, aceite benção. Tenho a honra de pegar nas minhas fracas penas somente a pedir-lhe licença a vocês para passar a navalha no rosto. Sem mais nada, desse filho bendito. Adlelmo Marcelino de Miranda”. Nesse bilhete, o jovem Adlelmo pede autorização para fazer a barba. A outra carta traz o seguinte conteúdo: “Canabrava, 02 de outubro de 1815. Meus queridos pais, a benção. Tenho o prazer em pegar nas minhas fracas penas somente a participar a vocês que estou resolvido a me casar. Sei que não estou em condições por não ter um certo recurso… é tanto que houve uma conversa com dona Joventina, filha do senhor Manoel Pereira, quero saber se é do gosto de vocês ou não… eu disse que gosto, e que sou de uma família pobre e muito trabalhadora, mas tenho certeza que ela tem muito desejo de se casar comigo, tanto que vocês me responda para ver o que faço sendo do gosto de vocês , quero ver se trato disto até 10 de outubro… peço desculpa do atrevimento que cometi com este assunto, com estima e consideração do seu bendito Adlelmo Marcelino de Miranda”. Quanto respeito, quanta consideração ao escrever aos pais, solicitando autorização para casar. Joventina Joaquina de Miranda foi a mulher com quem ele se casou e com quem teve os filhos: Ananimas, Altamirando, Adolfo, Anita, Adilhermino e Amélio. A praça que leva o nome de Adlelmo Marcelino de Miranda fica no bairro Santa Tereza, espaço físico de lazer esportivo de nossa cidade. Esta é mais uma crônica que viajou no tempo historiando o livro Pedras de minha Rua.
