3 de agosto de 2018
Pedras de minha rua
Rua – ALBERTO VITOR DE SOUZA
Data de Nascimento – 08 de agosto de 1905
Data de Falecimento – 24 de outubro de 1994
Natural de Cafarnaum – Bahia
“O que seu peste! O que Senhor!”, assim era conhecido ALBERTO VITOR DE SOUZA. Nascido em Cafarnaum, foi um homem de negócios, um grande empreendedor. Jovem e elegante, foi com seus galanteios que conquistou o coração da jovem Palmira, com quem veio a se casar e formar uma grande família. Mesmo tendo suas propriedades rurais e comércio em Cafarnaum, deslocou-se para residir aqui, na rua Dr. Antônio Oliveira, com o objetivo de educar seus filhos. Na época, eram apenas dois – os saudosos Chico Beto e Creuza. Nas terras calmonenses, conquistou muitas amizades, entre as quais ele destacava como grandes amigos os senhores Lili Limão, Martins Matos, Agnelo Matos, José Otávio de Sena e muitos outros. Considerava-se um filho calmonense e, por essa razão, aqui se estabilizou, abrindo seu comércio na praça Lauro de Freitas – a Casa Vitor – onde hoje funciona a Caixa Econômica e a Agência de Viagens de Picolé, um de seus filhos. Era uma loja comercial de grande valor para nossa terra, com várias portas de madeira, tinha prateleiras repletas de artigos, como calçados, confecções e muitos tecidos. Era um comércio sustentável e trazia divisas econômicas ao município. Alberto Vitor era um homem de viagens… transportava sisal e peles de animais, o que fortalecia mais ainda o nosso comércio. Anos mais tarde, escolheu como nova morada a querida rua das Flores, e foi lá que a família se encheu de mais vida, com a chegada de outros filhos – a linda e pequena notável Olga, Carlos Alberto (Picolé), Roberto (Meló), Robério (Roberinho) e a caçulinha Maria José (Bilia). Conhecido como “Seu Peste! O que Senhor!”, tinha a política como hobby, mas sem interesse algum em ingressar na vida política. Seus desafios com as apostas nas campanhas eleitorais ficaram na história de Miguel Calmon e, mesmo depois de qualquer resultado, a amizade continuava saudável. As apostas, afinal, não passavam de uma diversão. Deixou que sua vida seguisse os rumos que a ele foram destinados, ao lado de dona Palmira, uma senhora simpática, de voz rouca, uma guerreira, dedicada ao lar e à criação de seus filhos. Viveram juntos até as Bodas de Diamante. Lembro-me quando Alberto Vitor passava pela porta do meu avô, sempre esbelto, trazendo consigo um guarda-sol preto ou um guarda-chuva para se proteger. Foi com dedicação e compromisso que cumpriu sua missão com a família e com a sociedade calmonense, até seus 89 anos. Enquanto lúcido, sentado na área de sua casa, cantarolava com o seu pássaro preto a música de Luiz Gonzaga – “Asa Branca”. Deixou saudades entre seus familiares, mas também deixou um legado de honestidade, caráter e respeito. “O que seu peste! O que Senhor!” Essa é mais uma pedra na construção das crônicas Pedras de Minha Rua.