15 de fevereiro de 2019
Rua – Hélio Valois Coutinho
Data de nascimento – 30 de agosto de 1928
Data de Falecimento – 22 de agosto de 1993
NATURALIDADE: Miguel Calmon – Bahia
Quero começar esta crônica com uma frase, que ficou marcada na vida política de Miguel Calmon, sempre pronunciada por seu Hélio nas campanhas políticas de seu compadre Nito: “É abéia, é abéia”. Nascido em Miguel Calmon, de família de origem francesa, residiu por muito tempo no bairro do Arroz. Lavrador, cuidava das cabeças de gado de suas irmãs e mais algumas que era pra fazer o pé de meia de seus filhos, garantindo assim o futuro deles. Muito trabalhador, em suas terras era plantado feijão, milho, melancia, aipim – produtos que serviam para o sustento da família. Passava a semana toda na roça e, quando retornava, trazia seus jegues com tamanha carga de lenha para manter o fogão de lenha sempre aceso e ajudar na economia do lar, levando em consideração que a comida do fogão de lenha era bem mais gostosa. Foi marchante, tinha uma barraca de carne na feira-livre e depois comercializou também nas feiras cereais e, em época de frutas, seus filhos vendiam aquelas que davam no seu quintal – caju, manga, pinha, romã, carambola… – o seu quintal era um verdadeiro pomar e até hoje é assim. Posteriormente, com a colaboração de sua esposa, montou uma vendinha em um dos cômodos da casa, onde vendia um bolo de leite delicioso como ninguém conseguia fazer. Lembro-me que descíamos do colégio, filando aula, para ir comprar bolo de leite no Arroz – que maravilha! Seu Hélio gostava de acordar cedo, ligava o rádio, e sentava na porta com seu amigo fiel – Nenê (Arizon). Ali, ficavam papeando, ouvindo as notícias do Brasil e do mundo. Logo depois, pegava seu vaso e ia tirar leite. Seu Hélio teve pouco estudo, mas era um verdadeiro matemático, sem falar que tinha uma linda caligrafia. Homem horado, respeitador, fiel à sua esposa, tinha a maior dedicação pelos seus filhos, passando valores recebidos de seus pais Odília e Antônio Valois. Casado com Dona Alice, serventuária da justiça e parteira constituiu uma linda família formada por Miriam, Hélio, Sandra e Soraya. No nascimento de sua primeira filha Miriam, o parto foi pago, semanalmente, a um médico da época, com osso de corredor e carne – fato que durou muitos anos, enquanto seu Hélio foi marchante – isto saiu caro!! Às vezes, tomava um aperitivo para abrir o apetite, logo ficava alegre, ligava o rádio e começava a dançar no meio da sala daquele casarão. A esposa Alice logo reclamava… ele dava gargalhadas e dizia que estava se divertindo e chamava a sua protegida Miriam para fazer par na dança. Era uma verdadeira festa!! A música fazia parte da sua vida, fã de Nelson Gonçalves, Ângela Maria e achava Vera Fischer a mulher mais bonita da televisão. Assim, relatamos mais uma história de um homem que deixou saudades para seus familiares e para a sociedade calmonense – Hélio Valois Coutinho, rua que fica localizada nas mediações do bairro das Populares.